quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Os muros virtuais; Relacionamentos semi-reais

Falando um pouco de Tecnologia e a interatividade humana!

É verdade que “não precisamos de muitas coisas, apenas uns dos outros”. É verdade que “devemos amar as pessoas e usar as coisas”. É verdade que... Mas quem se importa com tudo isso?

O que importa é a tecnologia, a evolução humana, o progresso, a modernidade! Tais situações como as citadas a seguir, exemplificam um pouco de nossa realidade e onde pretendo chegar com este texto.
- “Você tem uma lista de 10 números de telefone para falar com sua família de 3 pessoas”;
- “Você envia e-mail ou uma mensagem instantânea para conversar com a pessoa que trabalha na mesa ao lado da sua”;
- “A razão porque você não fala há muito tempo com alguns de sua família é desconhecer seus endereços eletrônicos”.
- “Você usa o celular na garagem de casa para pedir a alguém que o ajude a desembarcar as compras”.
- “Você levanta pela manhã e quase que liga o computador antes de tomar o café”.
Viva a tecnologia! Viva a evolução humana! Viva o progresso! Viva a modernidade! ... nos tornamos melhores com tudo isso?

Particularmente não sou contra a evolução tecnológica, pois trouxe muitos benefícios como fazer compras sem sair de casa, pagar contas sem precisar pegar aquela fila no banco, etc... Não se trata de jogar fora a tecnologia, trata-se de uma recusa aos mecanismos de absorção e controle diretamente vinculados à lógica do espetáculo integrado moderno. O progresso é lícito, porém essa mesma tecnologia promoveu um impulso na forma do ser humano interagir com seus semelhantes. As relações humanas se tornaram cada vez mais virtuais, as redes de indivíduos separados e comunidades ausentes de realização entre os membros que a constituem (paradoxo maior do Orkut), se ampliam à medida que um maior dispêndio de tempo é dedicado pelo indivíduo inserido nessa lógica.

Com a chegada dessas inúmeras formas de se comunicar, acabamos matando o essencial: a tecnologia criou um muro relacional. Agora os encontros acontecem virtualmente, substituindo-se assim o “olho a olho”, “face a face”, "carne e osso". REPITO, não estamos aqui jogando a tecnologia fora, o que seria de mim se não existisse um Skype para me comunicar com amigos reais em lugares tão distantes deste planeta.
O maior influenciador da humanidade não tinha peito sarado, barriga de tanquinho... Não utilizava MSN para se comunicar. Não precisou participar de nenhuma rede informacional e imagética, simplesmente vivia e se importava com as pessoas no mundo em que vivia: o mundo REAL!!

Quem sou eu? Alguém tentando ser um pouco do maior homem que já pisou neste planeta. Aquele que abriu mão de tudo para poder servir a todos, aquele abaixou-se e lavou os pés dos que o seguiam. O amor verdadeiro é quando você não pensa apenas em si próprio, mas busca antes por os interesses dos outros em primeiro lugar. “Quem não vive para servir, não serve para viver”. Vivamos o mundo real: menos imagem, mais ação!

FERNANDO LUIS CAZAROTTO BERLEZZI
berlezzi@hotmail.com